Uma proposta epistêmica para a legitimidade da tese do estado de coisas inconstitucional
Resumo
UMA PROPOSTA EPISTÊMICA PARA A LEGITIMIDADE DA TESE DO ESTADO DE COISAS INCONSTITUCIONAL
Resumo: O Estado de Coisas Inconstitucional é um mecanismo bastante novo da Jurisdição Constitucional, colocando o judiciário como mediador entre os poderes constituídos no caso de violação massiva de direitos fundamentais por inércia ou ineficácia destes. A partir deste prisma o projeto de pesquisa terá o seguinte problema: pode a teoria do Estado de Coisas Inconstitucional ser democraticamente legitima? A hipótese a ser traçada e confirmada ao final do projeto é de que sob a condição de abertura do rol de legitimados a interpretar a Constituição pode-se começar a falar em legitimidade democrática do instituto. O método utilizado será a pesquisa bibliográfica para que aprofundar a problemática da tensão da separação entre os poderes e propor um modelo epistêmico de decretação de ECI que possa ser considerado democraticamente legítimo.
Palavras-chaves: Estado de Coisas Inconstitucional. Constitucionalismo. Repartição de poderes. Check and balance.
AN EPISTEMIC PROPOSAL FOR THE LEGITIMACY OF THE THESIS STATE UNCONSTITUTIONAL
Abstract: The Unconstitutional State of Things is a fairly new mechanism of the Constitutional Jurisdiction, placing the judiciary as mediator between the powers constituted in the case of massive violation of fundamental rights by inertia or inefficacy of these. From this perspective the research project will have the following problem: Can the Unconstitutional State of Things theory be democratically legitimate? The hypothesis to be drawn and confirmed at the end of the project is that under the condition of opening the role of those legitimated to interpret the Constitution one can begin to speak in the democratic legitimacy of the institute. The method used will be the bibliographical research to deepen the problem of the tension of the separation between the powers and propose an epistemic model of ECI decree that can be considered democratically legitimate.
Keywords: Unconstitutional State of Things. Constitutionalism. Distribution of powers. Check and balance.
Data da submissão: 25/11/2019 Data da aprovação: 11/04/2020
Texto completo:
PDFReferências
ALEXY, Robert. Teoria da Argumentação Jurídica. São Paulo. Landy Livraria e editora: 2001.
AUER, Andreas. The people have spoken: Abide? A critical view of the EU’s dramatic referendum (in)experience. European Constitutional Law Review, 12(3), 397-408, 2016.
ACKERMAN, Bruce. The New Separation of powers. Hawerd Law Review. Volume 113, number 3. January, 2000.
BAVARESCO, Agemir; LIMA, Francisco Jozivan Guedes de Lima. A ideia rawlsiana de razão pública: Limites e alternativas a partir de Habermas. Revista do Centro de Investagações sobre Ética Aplicada (CISEA).
BIGONHA, Antonio Carlos Alpino; MOREIRA, Luiz. Legitimidade da Jurisdição Constitucional. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2010.
CALABRESI, Steven G. The Virtues of Presidential Government: Why Professor Ackerman Is Wrong to Prefer the German to the U.S. Constitution. Constitutional Commentary, Volume 18, Issue 1, 2001.
COLÔMBIA. Corte Constitucional Da República Da Colômbia. Sentença T-025 de 2004. Disponível em: . Acesso em: 14 de jul. de 2019.
DENILSON, Luis Werle. MELO, Rúrion Soares. Democracia deliberativa. São Paulo: Editora Singular, Esfera Pública, 2007.
DE GIORGI, Raffaele; FARIA, José Eduardo; CAMPILONGO, Celso. Estado de Coisas Inconstitucional. O Estado de São Paulo, 19 de setembro 2015. Disponível em: http://opiniao.estadao.com.br/noticias/geral,estado-de-coisasinconstitucional, 10000000043. Acesso em: 14 de jul. de 2019.
DWORKIN, Ronald. Levando os Direitos a sério. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
FREEMAN, Samuel. Democracia e Controle de Constitucionalidade. Revista Lua Nova, n. 32, p.181-241. 1994.
GANEM, Fabrício Faroni; ZETTEL, Bernardo. O Modelo Demcrático-Deliberativo à Luz do Pluralismo Político. Revista da AGU. Ano 13,N. 35, Janeiro/Março. 2013.
HÄBERLE, Peter. Hermenêutica Constitucional- A sociedade aberta dos interpretes da Constituição: Contribuição para a interpretação pluralista e “procedimental” da Constituição. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2002.
________________. A Sociedade Aberta dos Intérpretes da Constituição* – Considerações do Ponto de Vista Nacional-Estatal Constitucional e Regional Europeu, Bem Como sobre o Desenvolvimento do Direito Internacional. Revista Direito Público nº 18, Outubro/Dezembro, 2007.
HABERMAS, Jürgen. Reconciliation through the public use of reason: remarks on John Rawls’s Political Liberalism: 109- 131. In: The Journal of Philosophy. Vol. XCII, No 3, March 1995.
__________________. Direito e Democracia, entre a facticidade e validade, volume I. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1997a.
__________________. Direito e Democracia, entre a facticidade e validade, volume II. Rio de Janeiro, Tempo Brasileiro, 1997b.
HERNÁNDEZ, Clara Inés Vargas. La Garantía de la dimensión objetiva de los derechos fundamentales y labor del juez constitucional colombiano em sede de acción de tutela: el llamado “estado de cosas inconstitucional”. In Revista del Centro de Estudios Constitucionales. Ano 1, Nº 1, Universidad de Talca, Chile, 2003.
HESSE, Konrad. Temas Fundamentais do Direito Constitucional.
LAGE, Daniel Dore; BRUGGER, Andrey da Silva. Estado de Coisas Inconstitucional: legitimidade, utilização e considerações. Revista Publicum Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, 2017, p. 193-240.
LUBNOW, Jorge Adriano. Esfera pública e democracia deliberativa em Habermas. Modelo teórico e discursos críticos. Revista Kriterion vol.51 no.121 Belo Horizonte, 2010
MENDES, Conrado Hübner. Neither dialogue nor last word. Legisprudence (Oxford. Print), v. 5, p. 1-40, 2011.
MICHELMAN, Frank. Brennan and Democracy--The 1996-97 Brennan Center Symposium Lecture. California Law Review, volume 86, issue 3, 1998.
MOUFFE, Chantal. Por um modelo agonístico de democracia. Revista de Sociologia e Política Nº 25: 11-23. Curitiba, 2005
_________________. Sobre o Político. Martins Fontes. São Paulo, 2015.
MULLER, Friedrich. Métodos de Trabalho do direito Constitucional. Síntese, Porto Alegre: 1999.
RODRIGUES, Cristiano. Reforma Constitucional, Políticas Públicas e Desigualdades Raciais No Brasil e Colômbia: Um (Breve) Apontamento Analítico. Revista de História Comparada, v. 8, n. 1, p. Rio de Janeiro, 2014, p. 236-237.
SILVA, Filipe Carreira de. Espaço Público em Habermas. Lisboa, ICS Imprensa de Ciências Sociais, 2002.
SUPIOT. Alain. Homo jurídicus: Ensaio sobre a função antropológica do Direito. São Paulo, Martins Fontes, 2007.
SKACH, Cindy. The “newest” separation of powers: Semipresidentialism. International Journal of Constitutional Law, Volume 5, Issue 1, January 2007.
VESTING, Thomas. Teoria do Direito: uma introdução. São Paulo, Saraiva, 2015.
ZAMORA, Jorge Luis Fabra e JARAMILLO, Leonardo García (Org). Filosofía del derecho Constitucional. Cuestiones fundamentales. Ciudad de México, Universidad Nacional Autónoma de México, 2015.
ZAMORA, Jorge Luis Fabra e SPECTOR, Ezequiel (Org.). Enciclopedia de filosofía y teoría del derecho. Ciudad de México, Universidad Nacional Autónoma de México, 2015.
DOI: https://doi.org/10.47096/rdpc.v1i1.84
Apontamentos
- Não há apontamentos.
Direitos autorais 2020 Revista de Direito Público Contemporâneo
A revista está licenciada quanto aos direitos autorais com uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.
Indexada em | Indexed by | Indizada en:
Google Acadêmico